Introdução
Enfrentar uma doença grave é um momento delicado e desafiador para qualquer pessoa. Além das questões de saúde, surgem preocupações financeiras e a incerteza sobre os direitos trabalhistas. Este artigo tem como objetivo esclarecer de maneira simples e direta quais são os direitos dos trabalhadores brasileiros que se encontram em situação de doença grave.
1. Afastamento do Trabalho
Quando um trabalhador é diagnosticado com uma doença grave, a primeira providência é o afastamento do trabalho para tratamento médico adequado. Inicialmente, é possível utilizar os dias de atestado médico para justificar as faltas. No entanto, se o período de afastamento ultrapassar 15 dias consecutivos, o trabalhador tem direito ao auxílio-doença do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
2. Auxílio-Doença
O auxílio-doença é um benefício concedido pelo INSS aos segurados que estão temporariamente incapazes de exercer suas atividades laborais devido a uma doença ou acidente. Para ter direito a esse benefício, é necessário:
- Ter contribuído com o INSS por pelo menos 12 meses, exceto em casos de doenças graves previstas na legislação, onde o período de carência pode ser dispensado.
- Estar incapacitado para o trabalho por mais de 15 dias consecutivos.
- Passar por uma perícia médica do INSS que confirme a incapacidade.
3. Aposentadoria por Invalidez
Se a doença for de tal gravidade que o trabalhador não possa mais retornar ao trabalho, ele pode solicitar a aposentadoria por invalidez. Esse benefício é concedido quando o segurado é considerado permanentemente incapaz de realizar qualquer atividade laboral e não pode ser reabilitado para outra profissão. Assim como no auxílio-doença, é necessária uma perícia médica do INSS para confirmar a incapacidade permanente.
4. Estabilidade no Emprego
Os trabalhadores que retornam ao trabalho após um período de afastamento pelo auxílio-doença acidentário (decorrente de acidente de trabalho ou doença ocupacional) têm direito à estabilidade no emprego por 12 meses. Isso significa que, durante esse período, o empregador não pode demitir o funcionário sem justa causa. Essa estabilidade visa garantir segurança ao trabalhador durante sua recuperação.
5. FGTS
Durante o período em que o trabalhador está afastado recebendo auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, o empregador deve continuar depositando o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Esses depósitos são uma forma de garantir que o trabalhador tenha uma reserva financeira para enfrentar momentos difíceis.
6. Plano de Saúde
Se o trabalhador tem um plano de saúde oferecido pela empresa, ele deve continuar a ter acesso a esse benefício durante o período de afastamento, desde que mantenha o vínculo empregatício. Em caso de demissão, há a possibilidade de manter o plano de saúde por um período determinado, desde que o trabalhador assuma o pagamento integral das mensalidades.
7. Direitos Adicionais para Doenças Graves
Algumas doenças graves, como câncer, HIV, entre outros, garantem direitos adicionais aos trabalhadores. Entre eles:
- Isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos de aposentadoria, pensão ou reforma.
- Quitação de financiamento habitacional em caso de invalidez permanente causada por doença grave.
- Prioridade em processos judiciais e administrativos.
Desnecessidade de tempo mínimo de contribuição para o INSS.
8. Auxílio-Acidente
Se a doença ou acidente resultarem em sequelas que reduzam a capacidade de trabalho, mas não incapacitam totalmente o trabalhador, ele pode ter direito ao auxílio-acidente. Esse benefício é concedido como forma de indenização pela redução da capacidade laboral e pode ser acumulado com o salário se o trabalhador continuar exercendo sua atividade.
9. Benefícios Assistenciais
Para aqueles que não têm direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, existe a possibilidade de solicitar o BPC (Benefício de Prestação Continuada). Esse benefício é destinado a pessoas com deficiência ou idosos com 65 anos ou mais que comprovem não ter meios de prover o próprio sustento nem de tê-lo provido por sua família.
Conclusão
Conhecer os direitos é fundamental para que os trabalhadores possam enfrentar momentos difíceis com mais segurança e tranquilidade. Em casos de doença grave, esses direitos garantem não apenas a proteção financeira, mas também a continuidade do tratamento e recuperação.
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